sexta-feira, 6 de agosto de 2010

" É uma coisa assim tão louca me deixa água na boca!"

Sentado na minha cadeira...

Pedes-me que te imagine...

E que reveja a primeira vez de muitas...

Dizes que me amas, e eu sei que sim,

Ainda assim repetes para me melar as ideias e a fúria da conversa de ontem...

Pedes-me que me lembre

De todos os semáforos a ficarem vermelhos pelas ruas de Lisboa
E em cada um deles

As bocas, curiosas e carentes dos enganos e das falhas da nossa Vida

E depois, depois quando aconteceu eu puder estacionar e ficar a dizer-te que "não" vezes sem conta

Gravas-te na minha cabeça o "QUERO" e " EU QUERO"
e eu totalmente confusa, mas curiosa

Sucumbi a esses afectos muito mais profundos
Muito mais doces
Muitos mais loucos

E tão bem enlaçados ficámos
Uma e outra vez
Que quando entraste dentro de mim...eu sabia que abria um precedente

E que todo um oceano e toda uma Vida, começaria a escorrer dentro de mim...
E eu não ia querer devolver cada pedaço, cada hora

Pedes-me que me lembre...

E dessa noite o que me lembro...foi que depois de ter adormecido em ti, totalmente em ti, e no passar das horas nos fomos enroscando já nada estranhos e gostando desse pequeno conforto das horas me perguntaste:

- Sentes-te protegida?

E eu respondi que sim...

A partir daí foi o que fizeste e eu recusei tantas, mas tantas vezes, que agora, essa protecção me faz falta e ressoa nos meus dias, longe de ti, longe de todos...

Essa lembrança foi a primeira de muitas e o profeta que subiu nas nossas bocas, das tantas vezes que brincámos, dizendo que ainda iam falar de nós, e fazer uma novela.

A novela está feita e está em horário nobre: para quem quizer ver!

E só não vê a força da trama quem não quer!

E nós....estamos cientes disso.

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