sábado, 27 de julho de 2013
A folhear a " Vida de Pi"...
Faço-o com aquele ar delicioso e seguro de quem já sabe a emoção que vem a seguir e não sabe nada...
E depois lembro-me que devíamos fazer um book de momentos como aqueles em que vamos deitar o lixo fora de mãos dadas e eu embrulho-me em ti em roda para dentro e roda para fora, e quando volto na ultima volta, beijo-te...e tu apertas-me...e eu sigo em frente; à tua frente, torneando o passo, rebolando expressiva e voluntariamente para começar a subir as escadas imensas à tua frente...
Subo entre o "devagar...." e o tenho pressa de lá chegar, mas demoro-me nos degraus, que te deixam ao ritmo que eu quero, e na ânsia de ritmo que tu queres....
Subo mais rápido se te sinto, com uma, ou duas mãos a subir o quadril e entre puxá-lo, empurrá-lo....
Gosto das mãos ávidas, e nervosas a desfolharem as calças leves em véus, só para poder subir as pernas pelo toque na pele e constatar que não traga cuecas....
Gosto do insulto "sacana" e uma gargalhada assim apenas sussurrada, enquanto já estamos a abrir a porta, e quando a abro, parece que entramos noutra dimensão.
Aquela da penumbra e das velas que eu cultivo
Aquela luz suficiente e esclarecedora que tu preferes e te dá muito visibilidade
Nela consegues ver o meu desejo
E o meu corpo em modos subtis de movimento como um gato saudoso e cheio de mimo.....
Eu brinco ás investidas românticas e suaves
E tu sentaste-te leve, satisfeito e abres as pernas em forma de colo, onde me sento e continuo sem grandes pressas...
Apenas, divertida, e algo envergonhada de amor, e desejo que insisto em adiar
E abro distraída os botões da camisa, que logo sai, e fica a descoberto, esse peito enorme de pele macia, onde me quero aninhar....
Mas o amor, ou a falta dele, não espera, e logo me levantas com decisão de me teres, daqui a nada, mesmo daqui a nada!.....
Alguns pedaços de mim saem fácil.
Outros são mesmo irritantes, demorados e secretos, como desejo que sejam.
As calças são véus que não saem em primeira tentativa
E a ânsia é algo que se quer lenta, dolorosa, frenética, porque se estende, e humedece todas as tentativas de se ser bem sucedido à primeira.
Lá descobres no meio das coisas que me chamas
E de uns risinhos ...que tens de desfazer os laços.
Os laços, pretos, de seda crua e febril, que enlacei tão perfeitos para ti, para que viesses, e para que te demorasses mais que o habitual.
Caem as calças e as ultimas peças da obra prima, que agora se revela entre velas e livros, e objectos nossos, de outros, de outras eras, do ontem e do agora que já nem sabemos qual é.
Ficam os corpos,
O teu e o meu
Nessa Luz
A quererem-se entre beijos suaves e carnais
Dentadas que ainda colam mais os pedaços
E movimentos que nos põem em equilíbrio perfeito
Uns beijos, trazem outros
Umas mãos puxam as outras, apertam-se,
Querem-se, e reduzem-se às vontades que já sabemos tanto e tão bem
Rodopias-me como no inicio desta dança....
Para que fique de costas para ti
Para que te sinta por trás
Para que saibas que és tu quem me leva assim
De braço levemente torcido e lingua tenhosa na orelha
E ombros queimados desse bafo animal de quem me vai ter
De quem eu sei que me tem
E que me empurra de manso para o quarto e onde somos denunciados pela luz de emergência da cozinha
É em dois instantes que estamos frente ao âmago
E é lá que nos deitamos
É para lá que gatinho
Nua e serena
E calma em receber o que se quer de forma abrupta
Fujo dessa lingua pérfida
Fujo porque quero-a toda
e deito-me finjona de bruços
Porque nem me quero mexer, dominar esse sistema de luzes e coisas cósmicas
Que és tu que comandas
Perguntas-me porque sou tão má e só depois de me ouvires uivar, já repetidamente e em modo chato, suplicativo, que te esfregas sádico, não sei quantas vezes....só para alertar todo o meu corpo, de que aqui vem, aqui está, aqui vai e toma lá....o que tanto quero, e já sei que queremos.
E sem grandes ciências, entras dentro de mim
Onde ficas, não obstante da matriz e do raio de acção
Culminando o enlevo, ensinando-me como é, devagarinho e suave que te vens, já em modo, muito amoroso na minha boca, que só quer, só pede e só anseia.
E fingimos que dormimos
Queridos e sossegados
Porque agora vem a parte em que depois só banhos....e só devaneios, poucos, saudosos, e já a pensarem no "repetimos"? é que aí ficam escritos, imaginados, e para que a Vida se encarregue de lhes dar, um dia quem sabe, outra força.
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