Quando estamos perdidos à deriva, o que nos salva é a jangada da linguagem natural do amor.
É receber um abraço cheio de tudo de quem nos ama.
É deixar morar em nós, mesmo que incompreendida, ou equivocada, a chuva de afectos.
Agora, vou Voar sózinha!
Encontro-me naquela escarpa da imaginação, ondulando as asas, com todas as certezas que tenho, molhadas, constatando que hoje não vais chegar para me incitar, para me inspirar a espalhar magia.
E nessa certeza pacifica de que não vens, as minhas escamas vivem um efeito prolongado da dor, que logo me lembra o prazer que jamais acaba em todos os minutos que te amo.
Seguro nas garras a moeda que me deixaste antes de partir, e vejo ambas as faces: a da dor que me leva a isolar-me das minhas demonstrações e a do prazer que semeámos nas palavras e nos momentos de gruta.
Tenho de aprender que antes de me teres, tenho eu que viver o pleno gozo de existir, mais do que viver em medo de perder um sonho.
Tenho que voar ciente de que conseguirei restaurar as peças da minha existência e ser feliz!
" O que o Vento traz, o Vento leva"
E hoje neste primeiro Inverno a sós, com todos os planos de ontem e hoje em retalhos e cacos, tento perceber sem raiva, que continuo a crescer.
E a Dor faz parte do processo!
Não posso evitá-la assim como não consigo evitar que te desejo.
São escolhas primordiais na minha Vida:
- Mudar tudo, ou quase tudo, apesar do medo que implica.
- Falar abertamente do amor que me move para ti.
Agora, uma coisa é certa:
Um passo de cada vez...neste momento prevalece a Ordem mais que o Prazer.
Quero tanto, tanta coisa...
Mas não posso causar influência ou danos na tua Vida.
Vou Voar sózinha e deixar o meu amor florescer sem causar incómodos.
E amar-te como descubro agora que te amo, faz-me aceitar e sorrir perante a memória de todos os treinos de Vôo que me ensinaste, que vivemos, que construíram algo, que cimentaram verdades, e que resolveram parte das nossas duvidas, das nossas curiosidades.
Hoje vou Voar sem te enviar as minhas labaredas de saudades, porque somos livres e será a força da nossa liberdade que terá o poder de nos juntar de novo.
Não existe flor sem adubo.
O Botão da Flor é um trabalho comum.
Estou sentada na escarpa...a minha cauda faz ponto de interrogação e en cada uma das minhas garras tenho os meus e os teus sonhos...
Não tenho de impor nada.
E a melhor forma de te viver é "calçar os teus sapatos" e reflectir...
E isso faz com que eu perceba que não é sentada de braços cruzados que vou identificar o que precisas, ou queres.
O que tu queres está acima do sonho que tenho para nós, assim como o meu sonho transcende os contornos da tua escolha.
A lição que me deixaste escrita nos céus, ensina que, não podemos ir para além do justificado, e que não podemos fundamentar decisões em pressupostos que não sabemos sequer identificar o que é.
Qual a sua verdadeira importãncia para nós.
E neste momento é fundamental que eu Voe, perdoando primeiro todo o mal que fiz a mim própria, que a Torre me infligiu, e que eu própria infligi nela.
Chama-se, creio eu, a ética do afectivo.
E é importante o que estamos a fazer, o RESPEITO ACIMA DO ENCANTO, a ESSÊNCIA ACIMA DO DESEJO, a TERNURA E AMIZADE ACIMA DO EROTISMO.
Subo nos céus, desço em mergulho picado, e vejo o quanto me ensinaste a mergulhar no fundo de mim mesma, e isso faz-me cheia, confiante e grata!
Nego-me a magoar mais alguém como magoei.
Nego-me a ir para uma Guerra sem o estandarte do amor.
Nego-me a substimar o caracter terrível e desconhecido de alguém.
Nego-me a ser de alguém pela metade.
Nego-me a abdicar da doçura e da delizadeza.
Nego-me á indiferença mascarada de rotina.
Nego-me à frieza de existir ao lado de alguém sem a amar.
Nego-me a viver sem estes beijos, sem estas festas, sem este calor que toma conta de mim, desenfreada, e me deixa entregue.
Atei-me a esta escarpa todo o dia para não te tocar, para não te sentir, para não te ver, fiz do silêncio um espaço que precisas.
E com a tua ausência eu escrevo em fogo no céu, que não estarás só, mesmo que entre nós more um deserto.
É no oásis que nos poderemos reencontrar meu querido...se a Vida assim o provar!
Vou Voar!!!!
...será que me estás a ver?
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Vais voar sozinha? O caralho! (Perdoa-me a expressão).
ResponderEliminarEntão o pato não tem asas?
Yah! Não manda fogo pelas narinas mas caga valentes bostas em cima de quem te ousar fazer mal.
Queres ir lá jantar hoje? Beijinhos
Note-se:
ResponderEliminarvisto que és esquisitinha, devo informar que o jantar é ovas!
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