sábado, 9 de janeiro de 2010

A saudade mascarada de Pastel de Nata

As saudades que te tenho e que te entrego na mesma velocidade em que se devora um pastel de Nata, são minutos tristes e insuportáveis da tua ausência que transformo da dor que trago ás costas e transformo num grande sorriso, num sussurro maroto, ou simplesmente em beijos e mordidas que espalho por onde posso, nessa verdade partilhada do "pouco tempo"....

Ainda assim, fico sempre tão feliz, de, sem barreiras, sem jogos, mostrar-te o peso da tua ausência, e a carência humana, débil, imperfeita, que tenho dos teus cuidados, do teu toque, das tuas mãos em mim, do teu cheiro, de ti dentro de mim, num ritmo perfeito, inimaginavelmente perfeito e feito à medida...

Mas mais triste e angustiante é imaginar a saudade que possas ter de mim, e saber que a combates com muito mais ligeireza e coerência, e que a remetes a onde ela pode estar, e que a manténs em segredo, e que a geres com a experiência delicada mas louca de um pianista.

Vejo-te muitas vezes, defenderes-te de mim, da minha presença ou proximidade, e pergunto-me, se de certa forma, isso não te destroi e complica... porque tem dias que o teu silêncio, a tua distância, a tua frieza, me revolta e aflige, chegando às lágrimas...

Tu és um Homem que se afirma em regras e organizações, que sobrevive de lógica e premissas matemáticas, e que foge da maior parte das suas emoções.
Que as relativiza e as desvaloriza até certo ponto...

Amor meu, eu sou um Dragão para te mostrar o mais fundo de mim...tiremos por agora, na duração deste pastel de nata tão saboroso, essa máscara dura e recta, vamos com mimo amolecer a armadura desse Cavaleiro Duro e Prevenido, aquele que aguenta tudo e dá conta de tudo...

Dá-me esse teu Amor invulgar, amor que não fala muito acerca de si, nem muito acerca de mim, mas que dentro de mim, através de mim, move montanhas, aquele que cultivado no meu coração me faz vencer todas as batalhas, aquele que despe o Homem resoluto, e deixa um Homem saudoso e cheio de mimo, pronto a mimar-me, uma e outra vez, vezes sem conta...

Aceita os meus sonhos, guarda-os, pois eles são novos Mundos à tua espera.
Guarda os meus desejos, e faz em mim, oportunidades de criação, e de tantas formas...

Sente-me....sente a Vida que transfiro para dentro de ti, e que desejo que deposites em mim, nesta dentada derradeira que termina o extâse do pastel de nata...

Não tenho o direito de me intrometer nestas e noutras realizações tuas, mas deixa-me apagar esta dor, este imenso vazio, de voltarmos a nós...

Uma dor, um medo de nela permanecer, e por quanto tempo, até que o desejo nos direcciona um para o outro, sem perguntas, sem protocolos...

O Amor de Liberdade que te falo aceita as coisas, as saudades, as nossas faltas e os nossos erros, mas não será a falsa afirmação do que quer que seja, o poder de possuir o que quer que seja, que nos fará escolher diferente...

Por isso, nestes 5 minutos de Pastel de Nata estaladiço, molha-me até à alma, enche-me de ti, transforma qualquer dor ou desconforto em paz, e deixa-me morar dentro de ti.

Sê tu próprio, usa o teu tempo o teu espaço, e entende que, na verdade de tudo, só pretendo um Reino, meu, muito meu, nosso, na tua alma.

1 comentário:

  1. Cala-te com essa merda do pastel.
    Devo ter engordado no minimo 6 kg. Não foi 1, não foram 2, nem 3 mas 4 de seguidinha!!! Leva-me a esses sitios e depois vem dizer-me que tenho uma peida grande.

    4 PASTEIS DE BELEM mais 3/4 de metade dum queijo castelão. Enjoy your sister enquanto podes, a minha morte devido ao CASTROL deve estar para breve.

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