quarta-feira, 19 de setembro de 2012

O paciente Madeirense...

Funchal, o mar desconhecido que te pariu...

Numa ninhada louca de olhos claros, onde te distingues como o "menino" e de tão menino, demasiadamente para ser podengo.

Demasiadamente Homem para te esbanjares como tal.

É a tua simplicidade que impõe o Homem, e isso deixa-me primeiro que tudo, molhada!

Pudesse eu idealizar-te "oficial e cavalheiro" e são as tuas mãos de terra e alfazema que me amansam...e é o teu corpo franzino e malandro que me dá morada.

Não te sei e conheço-te
Não te conheço e intuo-te
E quero-te como partícula livre de mim, mas intensa!

Não quero a tua história,
Quero a minha
Mas quero a tua história,
Para admirá-la e estendê-la
à beira dos meus sonhos...

Porque te posso dar alguns, caso tenhas falta de pensá-los.

Tu és um rapazolas, descalço, de cheiro a mar, de fraldas com sabor a fado e familia, e é o teu corpo desejoso de afecto que eu anseio, e eu sou sôfrega, desse teu vazio, que me seduz.

Se existe um mar entre as nossas mãos dadas que ele nos consuma, no saber e no dar incondicionalmente, que sejamos o veneno certo na hora errada ou o antídoto que nos impediu de perecer.

Paciente dos movimentos subtis como se possuísses santas costelações de altares de açúcar.
A pele que veio do mar e é salgada, o cheiro da terra molhada nos poros, nas impressões digitais.

Sorriso terrível, coração morno, abraço forte.

Pariu-te o mar, fez-te Homem, e a terra dura consumiu-te numa dança trigueira, que enebria quema vê passar.

Corpo doce, amado, a torrente das poesias de ontem, que me devolve amanhãs.

Poldro reguila, em plena praça, que já se vê para além dela, no meio das flores, enamorado...

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