quinta-feira, 15 de abril de 2010

SOU TRIHIPER!!!

Isto de estudar está-me a dar um rol de coisas interessantissimas para me manter e recapacitar.
A Psicologia é sem dúvida o caminho, e os livros que comprei de forma intuitiva levam-me a constatações muito úteis.

Como se tudo aquilo que vou lendo, tivesse de facto sido escrito, exclusivamente para mim e para a varanda da Vida, onde me debruço neste momento, por vezes de forma inconsciente e perigosa, de forma desprevenida e tão doce, que o meu doce é o meu amargo, e o meu genuíno, é a minha falha.

Existem 3 coisas que continuam a condicionar-me:

- Exagero Emocional
- Exagero de Pensamentos
- Exagero do debruçar-me sobre os outros

Continuo a sentir-me a Pessoa que sempre fui, util, muito devota a todas as causas do Mundo, a menina sensitiva e perfeita aos olhos dos outros no seu trabalho humanitário, mas a dor e as causas dos outros, faz com que perca a noção objectiva das minhas próprias dores e desafios, e faz com que eu sofra permanentemente pelas Vidas dos outros. Mesmo que eu não queira, é um fenómeno tão natural quanto este sorriso palhaço até às gengivas, quanto as lágrimas, que cada vez que ocorrem, são verdadeiramente sentidas.

O facto de pensar acerca de tudo, meticulosamente como se estivesse numa aula de biologia analitica, faz com que eu tenha excesso de premissas para organizar e escrever, faz com que acerca de tudo haja divagações, e deixa-me insatisfeita perante uma rotina que é um caos, e que me deixa frustrada perante as etapas a ultrapassar.
Pareço o coelho da Alice do País das Maravilhas, só que em vez do relógio na mão, levo a tocha olimpica das minhas causas e das causas de todos na mão, para chegar, sabe-se lá...bem...onde....

Daí que...ás vezes, uma pequena vulgaridade sem importância, um desmerecimento normal qualquer me deixe triste, infimamente ofendida, na minha posição lirica e meiga de existir.
Não sou capaz de fazer simplesmente o papel da Cabra....não!

Tenho de ser a Cabra Mistica que cobre tudo com significados, demasiado importantes, coisas que são triviais, básicas, pequenas, e não menos aceitáveis por isso.
Mas é nessa medida, que me vejo esbanjada...
E esbanjada é também sinónimo de me sentir vulgar...
E sentir-me vulgar...é sentir que não valho o esforço, o empenho, a dedicação que sonho para mim...
Dou sinais errados do meu mistério enquanto Pessoa, e depois as Pessoas "safam-se" como podem na sua intuição. E depois entristeço, desanimo de morte, ao constatar que poderia ter levado a cabo o meu valor com mais veemência, com mais ardor, e na loucura de sentir e de tudo exaltar, sem previnir os quês, entrego-me numa escudela dourada, com raminhos de salsa nas orelhas e ainda digo: BOM APETITE!

Estou cansada de ser perfeita, lindissima, a maior do meu bairro, e depois na verdade sentir que sou péssima, desorganizada e tardia para mim mesma.
E o facto de isto ser verdade, é o que apesar de todo o meu brilho natural, me revela, ansiosa, perdida, revoltada, magoada.

Desconhecia, que no processo de Amar alguém, e de esse alguém saber por A+B esse amor, que teria de me proteger emocionalmente, racionalizando e quantificando o que DOU e o que RECEBO, o que me empenho, e o que se empenham por mim, a minha disponibilidade, e a disponibilidade de outrém.
A verdadeira necessidade, que não tem de ser expressa da mesma forma que eu o faço, mas de alguma forma, deveria ser constatada.

Abençoados aqueles que aceitam as coisas da sua Vida, conforme elas acontecem e que gerem os pensamentos de ontem e de hoje com incrível sabedoria.

E eu penso que apesar de recém descoberto este meu síndroma TRIHIPER, ainda estou a tempo, custe o que isso me custar, pois provavelmente custar-me-á coisas e Pessoas que adoro de fascinio, eis o que devo fazer, BY ALL MEANS, se é que existe no meio de tanto amor, atenção suficiente e digna para mim própria, de mim para mim, que me mereço tanto!....:

- O que sinto, e que explico aqui todos os dias, deverá ser PRAZER e não SOFRIMENTO, deverá ser PRESENTE, dia a dia, e não a antecipação estupida e inutil do amanhã.
- O meu amor, deverá ser um meteorito artistico em andamento e não um pass vit (para quem não sabe, é um utensilio de cozinha que serve para transformar batatas em puré) de pensamentos e escolhas na minha Vida.

- Compete-me, ainda que da forma mais dolorosa (aparentemente) dar qualidade ao que sinto e exigir qualidade no que é suposto ser para mim.
É isto sem dúvida, que me pode fazer sobreviver a esta desvalorização própria mascarada de GRANDE ATITUDE e renascer para VIVER a vida que de facto me é dada, sem grande esforço.

Amar o Cavaleiro, idolatrar as suas lições de vôo, provoca-me alguns transtornos de posicionamento, e mais uma vez me mostra, que somos dois a voar, mas dois a aprender, dois a falhar, e dois a redimir, e isto do dois é muito relativo, porque a quantificação do dois, nem sequer é exacta.
Somos dois na minha análise, mas se calhar na realidade, somos extensões importantes de qualquer coisa um no outro. Se isso é Amor, se isso é recíproco, já não me cabe a mim responder.

Às vezes, julgo que nele, residem todas as respostas, porque o vejo como um heroi, exacto e decidido, passeando em cima do arame da infelicidade e do medo, com uma ligeireza e uma razão que invejo, mas depois também constato, e é aí que sinto o dever intrínseco de o socorrer, que todas as suas certezas não são assim um tão grande espectáculo e que também a ele lhe faltam coisas vitais para a felicidade nas pequenas coisas da Vida.

Compete-me julgar isso? Não!
Solicitou-me para que o apoiasse nisso? Não!
Apenas enche a minha memória de pequenas coisas na Vida que gostaria de ter, e que eu leio nos seus olhos, e faz-me sentir desespero, porque tudo o que me inspira a fazer, ele próprio, não faz, diversas vezes...

O que é certo, é que a Psicologia dita e informa, que o "o que pensamos é o que sentimos".
E o que sentimos é o que registamos dentro de nós, e guardamos na caixa da memória.
E essas coisas, ditas preciosas e unicas, são o que ditam a nossa personalidade e forma de estar.

Pois bem, espero que ele cuide verdadeiramente a sua Vida.
Porque eu vou cuidar da minha,

- A porta está sempre aberta para ti Cavaleiro!
Mas nesta morada o ORGULHO, e tudo aquilo que os outros dizem em forma de preconceito, fica à porta mesmo!...

E não se vive Roma e Pavia no desespero do transcendente magnifico quando nos temos.
Vive-se para além disso, sem ser necessariamente aos olhos de todos, mas onde começamos a definir a nossa história, enquanto personagens válidas de uma coisa que se aconteceu, por alguma razão foi.

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