sábado, 27 de março de 2010

Ode ao Cavaleiro

Estas são as minhas verdades...

Decidi escrevê-las para Ti, para me educar, e para jamais me esquecer que me levaste a um cansaço e a uma angustia brutais de te perceber, me perceber...

Sobretudo, hoje, as minhas verdades nascem cheias de peso, do teu silêncio, da tua indiferença, e daquele Amor que não consigo deixar de o sentir e de chegar a mim, ontem, no meio do turbilhão sobre a forma de dança...

Dançámos, na farsa da nossa estrutura, mas tão enrolados e desejosos, tão cheios de vontade de pegar e largar, e eu com a boca cheia de palavras e tu cheio de silêncios que te protegem, que jamais te denunciarão...

Hoje, escrevo querendo olhar para nós de uma prespectiva desapaixonada, e não quero acreditar em tudo o que me está a passar pela cabeça mas tenho mesmo de racionalizar-nos.

Não achas, e não exprimes e partilhas que de tão frágil pareço um Vaso chinês?
É verdade, e é de meter dó...

Crias-me rachas e deixas-me marcas de dedadas à menor acção.
A tua irritação que já dura há mais de uma semana furou-me de um lado ao outro.
Dizes não passar por mim...não sei se para me tranquilizar se para me deixar ainda mais longe de ti...

Com estas lutas de agora, com todas as surpresas terríveis que tenho recebido sou FORÇADA da forma mais dura a criar o meu próprio milagre.

Estou em Pedaços...e preciso de ser uma Totalidade!
Deixas-me profundamente só, para eu compreender da forma mais dura e ansiosa que a minha própria estrutura tem de finalmente nascer e ficar sólida.
Mas porquê tu??

Porquê essa boca que já me tomou de uma ponta á outra cheia de ternura e consolo, demonstrar-me agora seca, fechada, dura que a Vida é mesmo assim: doses de desprotecção e de desprevenção.

Este sofrimento de todas as Mudanças lembra-me o inicial que me contam:
Até para nascer foi tão dificil...a Mãe ia batendo as botas, e eu estava mais roxa que uma beringela...eu estava lá entre o aqui e o limbo e não queria descer...

A Mã penou e depois de minutos estranhos em que eu poderia nem sequer existir, chorei e disse: Dificil é....mas superei!

Tem sido tudo dificil....apesar de magnifico!

A infância cheia de coisas meigas mas tão duras e insólitas
A minha Vida sofrida e desintegrada de dois Pais que julgo terem feito o melhor que puderam cada um à sua maneira
Os abusos entre os meus 6 e os 9 anos
O facto de a Mãe me ter deixado com um Pai que nunca o foi...que não o era...e apesar de apaixonante foi duro e perigoso o crescimento
O abandono dentro de mim própria apesar de Vida minimanente estável e aparente...
A instabilidade emocional que foi um rosário de penas, que até hoje me acompanha em forma de oração...

Tive, depois deixei de ter, e agora passados mais uns anos depois do meu conto de fadas frustrado, eis que detecto que não sou sequer uma identidade concreta, una.

Estou francamente de gatas, de joelhos arranhados, de boca e dentes escavacados num chão frio e impessoal onde infelizmente vejo que só me poderei levantar através da libertação e de me descondicionar das ameaças contínuas à minha segurança...até hoje...

O facto de ser alvo de porrada nos ultimos tempos, e de começar a responder na mesma moeda, porque tenho de me defender, leva-me a querer controlar e preservar tudo o que me provoca conforto.

Talvez seja esse o meu erro...querer aninhar-me nesse teu colo, que tem sido o que me impede de definhar em espiral irreversivel.
Mas ao dar-te essa responsabilidade, faz com que o meu amor, te pareça uma obrigação e o que tu mais tens a esmagar-te é isso mesmo: tudo o que lá está, que assumiste, e que apesar dos pesares, não consegues, não queres ou não podes mudar.

Até este teu trato, que me surpreende pela negativa, pelo estranho e rude que é, me ajuda a trazer toda a minha Vida, diante dos meus olhos, como uma gravação que interessa ouvir desde o inicio e perceber.

E fundamentalmente o erro, é conseguir que o Amor e a Paz habitem dentro de mim, através de ti.
Portanto permito que me dês as coisas mais maravilhosas que já vivi, mas também as menos boas, as dolorosas, as hipotéticamente incorrectas.
Tu tens o Poder do bem que me proporcionas, mas também tens o poder desta dor que sinto.
E quem te o deu???

A minha incapacidade de ser feliz por mim própria.

Todos estes acontecimentos, obrigam-me a ter um senso exacto de mim própria.
E eu própria sou, apesar de tudo o que os outros vêem, dizem, reflectem, admiram, congratulam:

- Demasiada Vulnerabilidade
- Demasiada Dependência
- Demasiada Carência
- Demasiado os OUTROS
- Demasiada Dualidade e Natureza em função de apagar fogos em vez de me Amar

Não tenho a capacidade de me sentir acolhida dentro de mim própria, onde todos encontram um lugar seguro para se reforçarem e encorajarem.

Amplifico os sentimentos demasiadamente ao ponto de se transformarem em medos e ameaças.
E tudo isto é tão vago, quanto especifico...

O facto de eu ter este Amor por ti, põe-me à tua mercê como um dia disseste numa mensagem, no seguimento do nosso "acidente inconcluido".

E receber-te passou a ser perigoso.
E ter necessidade de ti, assusta-me profundamente neste momento.
Amar-te é expôr-me como nunca temi que acontecesse, e estou completamente Nua e assustada à tua frente, esfomeada de um Abraço, um abraço sem sexo, sem crenças, sem manipulação.

Com a tua brusca atitude...expões a minha fraqueza diante de todos, como nunca julguei ser possível. E isso deixa-me indignada, pela força do desconforto que me provocas.
Porque no fundo eu estava ao teu colo, e tu disseste:

- Agora sai...Agora não...depois talvez...quem sabe até mesmo, não mais...porque, por melhor que seja o colo, tu não me conheces e tens de estar consciente do desconhecimento profundo que tens de mim, de como funciono, do que não gosto, do que me arrelia, e das minhas tomadas ou não de posse nas coisas na minha Vida.
Lá porque te dei Colo isso não quer dizer, que te escolhi para a Vida.

Prencheste-me, e agora serve a tua dureza e o teu gelo já um pouco familiar para me deixar consciência, de que essa segurança que bebo de ti, é apenas uma ilusão, fruto da falta de segurança em mim mesma.

E terei agora, também de reconhecer que estou transtornada com o teu suposto "gosto de ti minha miuda gira"...porque se gostas ou não não sei...mas pior que isso, é não perceber o quanto gosto de mim própria.

Não me sei conter no que sinto.
E vejo-me a sofrer horrores por me deixares num palco, sob pena de o Amor em si, morrer mesmo antes de nascer...

E sinto-me irritada, porque contos de fada não existem, nem mesmo os de Dragões, e os relacionamentos não servem para sermos Felizes.
Apenas para nos integrar, como tantas outras partes.

Mostras-me a Recusa, através de um método pouco ortodoxo.
Não nos falta ainda percorrer meio caminho?
Não temos afinal, o resto das nossas Vidas?

És, sem dúvida parte de mim, uma parte que nasceu para ser rejeitada. Um amor que vence tudo, para não ter acesso a nada!...

O que é que me puxa para ti desta forma afinal?

E no fundo o que é que não estou a tolerar e a ser paciente para entender e estou armada, como designas sem saberes um terço de mim, que sou mimada!!!!?

Esta dor, que sinto por gostar tanto de ti e não saber como posso dar-te tudo isto, revela outra fraqueza em que me expões, e na qual me sinto, nitidamente, agredida.
Amar-te, sentir-me Tua apesar dos pesares...é a revelação da falta imensa e retardada de amor por mim mesma, a certa altura do campeonato.

E tenho a certeza que não foi a falta deste Amor que te trouxe até mim.
Certo? Não foi mesmo....
E então porquê agora, no auge de todas as formas que assumi contigo, encontro-me desta forma.
Lamento imenso...mas não quero estes maus tratos, nem me considero apta a que sejas PAI DOS MEUS FILHOS, a que o mereças...esta luz que te espera, sem eu me TRANSFORMAR PRIMEIRO e perceber que sou mais que um Dragão, uma MARAVILHOSA BORBOLETA!

Vejo o quanto estou a ir contra a Safira que de facto o é, verdadeira, preciosa, única, cada vez que agora me vejo reflectida nos teus olhos...

Porque és um Mestre da minha Cegueira
Porque tiveste o Dom de me mostrar as minhas coisas subdesenvolvidas
e tudo o que reprimo e desconheço.

Como dizias no outro dia: NÃO SOU DE VERBALIZAR tanto quanto tu....

É um facto...no fundo o teu silêncio que me magoa, é também o que me fascina e entusiasma.
Mas magoa-me o Amor que te tenho, De uma maneira atroz!...

Tu, esse grande sentimento e devoção que és Tu, cresces em mim sobre a forma de espelho, e agora vejo, ao fim de não querer ver durante muito tempo...que existes, apesar de integrado, FORA DE MIM.

Apaixonei-me por ti e pelas coisas que desconhecia de mim própria.
Fizeste com que eu fosse atrás de mim própria, e isso fez-me gostar e querer mais de cada bocadinho, de ti.

Através de um amor virtual, namoraste-me 2 anos, com alguns silêncios e interregnos próprios das nossas escolhas ou convicções, e mais uma vez como dizes...para não Magoar...
E é verdade, amaste-me e acarinhaste-me com muito mais respeito nas tuas palavras e acções, do que no momento em que passámos a ser, conhecedores de tudo, e unos, desde os cabelos suados, ás sombras e aos lugares escuros, cheios de tédio reprimido, de tesão, de descoberta, de fome de nós.

Deste-me Colo, de maneira ternurenta e cheia de protecção durante tanto tempo.
Um colo derradeiro e priviligiado
Mas que agora, da forma mais abrupta me impele a ir ser dona de mim própria, a tomar as rédeas de tudo o que é meu, mas a não confundir isso, de vez, contigo.

Muito menos queres ter a responsabilidade das minhas certezas.

Quero deixar de pensar nas perguntas que te faço e que tu nunca respondes:

- Tens saudades minhas?
Silêncio....

Mas se tiveres de responder vais responder...Não, porque haveria de ter?


Essa segurança que conheci em liberdade contigo, surpreende-me pelo vazio em que se encontra, e em como poderá mesmo ser uma meta inglória, acreditar e confiar, que gostas de mim...

Para que interessa isso, se as Pessoas devem apenas ajudar-se nas suas casualidades ou semelhanças emocionais, mas já nem consigo perceber se na verdade somos AMIGOS.

Assustaste-me sábado passado...e deixaste-me à toa de magoada, de alheada, de só...
O amor que partilhei todo este tempo contigo e que te confessei, deu-te poderes para nos vulgarizares aos dois.

AO DRAGÃO E AO CAVALEIRO. À nossa personificação de Amor, que eu criei com tanto carinho.

Porque o focus do mesmo, o focus do amor, desse amor que não queres, pelo poder e pela grandeza que tem, foi apenas e mais uma vez, ir apagar os fogos silênciosos e amargurados da tua solidão dentro da tua Vida, dos teus desejos enquanto Homem, pessoas e Poeta, insatisfeitos, adiados, reprimidos.
O focus foste tu, o feliz contemplado, e não eu, essa Borboleta ávida de crescer e Brilhar.

Pois então, hoje, na ausência de compromisso, porque tinhamos ficado de falar...mas tu és Hábil em adiar, o Dragão secou de infeliz e nasceu Borboleta de Asas quebradas pela manhã...

A Borboleta que analisa, compreende, sabe e absolutiza tudo, porque estupidamente acredito que preciso de COMPREENDER TUDO para estar segura.

Foda-se para a Segurança! Porque amplifico pormenores infimos e não vejo o que tenho á frente dos olhos...
Isto é o mesmo que estar na faculdade 10 anos e não progredir...

Tenho de criar uma Base para ser capaz de aceitar que nem tudo é passível de ser compreendido mas tudo está de facto, CERTO!

Tenho de me distanciar de ti e de todos, e apenas não de mim mesma para equilibrar todo este fogo que acabou por me queimar de morte e ressureição, e que me fez doutrinar-me através dos teus próprios preconceitos, porque também os tens.
E tens um Orgulho meu amor, que também te fará chorar, mesmo quando te esforçares para não deixar cair uma única lágrima...

CHEGA!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

Quero escapar às minhas próprias tentativas de compreender.
Vou a 260 klm À HORA nessa mota veloz e incerta que és tu, sentindo o vento das nossas intelectualidades a falar e a paixão com que nos queremos e fundimos um no outro.

DA MINHA EXISTÊNCIA DORIDA de hoje tenho 3 metas fundamentais para ser FELIZ!!

- LEOAS
- CRESCIMENTO PROFISSONAL, não na perspectiva de "High Quality Resources" mas sim de me dedicar a pessoas, ás suas limitações e pensamentos, ás suas Vidas.

A minha Crença de que estou segura e protegida contigo, é um engano??

Preciso de me reconciliar....sem ti
De ser adulta e tomar conta de mim própria...
De querer amar um Homem livremente e compreender que também ele é um pouco menino de olhos doces...mas mimado!...

PROGREDIR ainda que só!!

COMUNICAR! PARTILHAR IDEIAS! LIGAR PESSOAS!

Vamos em frente.
Eu pelo menos tenho de ir....

E o teu silêncio é um luto que me fazes...e que me enche de tristeza!Pode não o ser.
Ou apenas o é, porque eu o vejo assim...certo?
Luto ou não, estou dentro de ti, a escavar-te as ideias que teimas em guardar só para ti, e tão profundamente unicas quanto a probabilidade de leres isto quanto antes...

Não consigo dar mais...
Já te dei tudo, e perdi de certa forma, energias vitais para me pôr a mim própria, no sitio, forte e confiante para viver a TORRE que me mantém presa.

É ilusório pensar que vou continuar por perto, mais tempo.
Tenho de voltar á ideia zero.

Segredo-te que o meu papel será o de terapeuta, porque quero mesmo trabalhar com Pessoas, de outra forma, adquirir o quanto procuro; a mim própria.

Este Amor, deixá-lo confinado à tua irritação.
Tu saberás o que fazer com ele, dentro da tua consciência, porque eu vou de férias!...

Não era suposto o teu colo deixar-me cair no vazio dos teus próprios medos e prevenções.

DEIXASTE-ME PENDURADA nas respostas....

E mostraste-me que "Conhecer um Homem e conhecer o que vai dentro da sua cabeça, são dois assuntos completamente diferentes".

Não quero..não quero ninguém...não quero esta dor que me provocas.
Nem mesmo frustrar-me mais, para sermos NÓS quando o importante aqui sou EU antes de tudo.

Isto é rejeitar-me? É dares-me estrutura, força, consideração e depois dizeres-me...agora sai e mantem-te assim quieta até me apetecer...e até entenderes que és uma Dragão Fémea Insegura e que o meu silêncio, justo, meu por direito, deixa toda a tua preciosidade em causa?

Ainda assim, obrigada por este teu nível de Honestidade.

Obrigada por da pior forma estares a ser Honesto, ou ( esperemos que não) a mentir e adiar-te a ti próprio também.

Hoje, de novo descobertos, somos o Inquisidor e o Distante.
E propomo-nos á felicidade??



Terminada a Lição de Vôo.

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