quinta-feira, 17 de março de 2011

Quando elas Vão embora...

Ainda que por Dias, não deixam de ser Dias em que queria estar com as Minhas Filhas

Mas como são NOSSAS e a Vida deixou de ser suportável entre NÓS, vivemos assim, os 4 fragmentados...umas vezes muito leves por isso, outras nem tanto...

Hoje é um daqueles dias em que dou por Mim a chorar por dentro; não me cai uma lágrima e eu tenho mesmo a chamada dor no "coração" porque tive de arranjar uma foto para o Trabalho do Dia do Pai, e fui buscar-te por entre caixas, e fui tirar-te do album de casamento, onde estamos frescos e loucos, completamente em sintonia...

Mas também, não me consigo esquecer que 3 dias depois de casados, supostamente em Lua de Mel, me insultaste aos gritos dentro do Carro, de tal forma, que saí por Guimarães, perdida e á Chuva grávida de 5 meses...desejando desaparecer...

Lembro-me que chorei de feliz em tantos momentos contigo
Mas lembro-me, que as maiores dores, raivas, indignações vieram desse mesmo amor...
Lembro-me do dia da ruptura...do estalo, do primeiro de alguns, lembro-me das noites fora de casa e eu chocando ovos...lembro-me de voltares para dentro de mim, depois de teres estado...quem sabe...dentro de outro alguém.

Só hoje soube que a Pessoa com quem estás, é afinal, aquela pessoa que falavamos em gracinha, e com as minhas antenas intuía...
Que ela se prestava a procurar-te e que isso para ti fazia sentido...não sou capaz de condená-la ou querer-lhe mal...porque mais que essas Miudas que estiveste, uma e outra vez, esta perseguiu os seus intentos e soube amar aquilo que eu deixei de amar, e soube querer aquilo que eu me cansei de querer...
Engraçado...nunca tinha falado de nós nesta perspectiva...
Mas lava-me a alma do choque, começar finalmente a falar sobre as coisas, as boas, e as más, e perceber, cicatrizando culpas, que foi uma escolha NOSSA ainda que eu tenha sido o ARRANQUE...

Vejo por outros exemplos que não é fácil fazer escolhas, deixar de ter coisas, mudar as coisas...e as pessoas...as rotinas são fortes e são muito mais tranquilas que a descompensação imensa da ruptura.
Mas a ruptura é um pedir perdão de todos os enganos que se levam avante todos os dias, e dizer: eu sou capaz de fazer melhor, de fazer outra pessoa feliz, de estar mais feliz...porque no fundo não estou...

E ainda que eu não esteja mais feliz...consigo viver com um sentido de pertença, que fui perdendo ao engolir as tuas agressões, os teus desrespeitos, as tuas falhas, para mim, irremediaveis.
Como eu tenho as minhas, como a minha obstinação e incapacidade de ouvir...mas eu não sou um cordeiro manso, sou um cavalo alado, e isso tu sabias desde o primeiro momento...

Ainda assim...a minha confortável segurança de tudo vai amanhã para os teus braços, e a Vida deixa de ser inofensiva, e é aquilo que é, e tem nela, as escolhas que fiz para mim...E isto revela coisas boas que quero aproveitar ao máximo, oportunidades e circunstâncias que não quero deixar passar ao lado, e caminhos que quero tomar tranquila, sem ter medo de mostrar o que valho, e o que tenho para dar...só que entretanto pondero com a mesma importância...receber...

Contigo bastava-me o Sol, até à primeira mentira
Mas depois de te castigar com essa minha intrasigência fui capaz de compactuar com coisas bizarras, e sabes porquê?
Porque me apaixonei e dei por mim a amar outra Pessoa, que não tu.
Amar no sentido de isso ser tão natural e intrínseco como lavar os dentes.
Só que a ti não aceitei as maiores desonras e com esta Pessoa aceito viver em Marte, com todas as não regras que existem...e mesmo que considere que me cansei, de na prática, demonstrá-lo, essa convicção não deixa de lá estar, de acordar e deitar-se comigo, de ser uma constante, uma frase mimosa, uma musica melancólica e apaixonada, para me deixar congelada naqueles braços, ainda que da minha solidão...

Assim...elas Saiem de Manhã para a Escolinha...eu engulo o meu vazio, eu vou viver o COPO MEIO CHEIO onde elas continuam a faltar, mas levo a cabo os meus dias, ajeitando as roupas, pensando as comidas, entrando e cheirando os quartos, pedindo a Deus que as proteja todos os dias, mas querendo dormir longe da ideia de ter ficado agarrada a ti por medo de ir em frente e porque seria sempre mais fácil.
Gostar de Ti, não foi, deixar de gostar de Ti que me fez ir...
Foi o Gostar de Nós que me afogou, foi o teu verdadeiro semblante que me espantou, foram as nossas escolhas, e a nossa capacidade de FALAR.

Não me fazes falta, senão na ideia da partilha DELAS e nisso eu quebro...e apetece-me, como que pela primeira vez, chorar-te...porque já não estás aqui.

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