quarta-feira, 16 de março de 2011

Tenho o Coração Flácido...


Esvaído de Coisas, e Pessoas, de Ideias e de Relações
Não tenho peso de amargura, mas o Meu coração está Gordo de Melancolia.
Afundam-se as Verdades dentro de Mim, como se afunda um Homem dentro de uma Mulher, sem permissão, sem clima, sem tema...
Tudo desabrocha facilmente perante a Mentira...e que mentira!!
Eu conheço as palavras, mas não entendo o uso vão que fazem delas...as voltas que lhes dão...como as usam...
Encho-me de tristeza por não poder confiar nas entrelinhas de ninguém, e compete-me apenas, contemplar no espelho, o Corpo dorido de tanta flecha inflamada, que me atravessam os Olhos, e me paralizam o imenso brilho...
Lembro-me curiosamente de todas as roupas que usei, de todos os vestidos suaves e leves, que subiram e desceram, estranhamente ao sabor corrompido de meras vontades.
Quase como consentir em absorver enganos, na mesma medida, que se prendem bocas , e se trocam gulosamente cuspos.
Mas a amargura que isto provoca, há de abundar as noites incertas e longas de ambos.
E quando o Sono demorar a vir, ficaremos perdidos, nas ideias ou nas charadas a que nos propusemos, e vamos babar de saudade, e vamos suspirar de um encanto, que não são desenganos, são mensagens objectivas...
Até aqui nunca te tive para dormir ao meu lado
Para ouvir a incoerência dos meus sonhos a ressonar
Nunca ouvi falar de quereres ficar em mim e deixar tudo mais ao esquecimento, e por isso mesmo, a tua respiração e sentidos, não podem perceber as demoras, ou as urgências, de um corpo que se enrola, ou se estica harmonioso...
Quando dentro de mim perguntas porque te quero dentro de Mim:
Quero-te dessa forma Vã porque tu não sabes ficar quieto com as Mãos emaranhadas no meu cabelo e não querer mais nada...
Quero-te dessa forma pequena e absurda, porque nunca vais perceber a alegria estridente das manhãs, ou as mágoas, de tantas vezes não estares...
Sonhei-te completamente em Vão, e apenas te Tive, nas Trevas do Inexplicavel, e isso eu não quero mais...
Porque por muito que te ame, existe uma distância que te impede, existe um comodismo que se enleia, existe uma felicidade diáfana, que escondes de quando em vez, e essa tua necessidade é cada vez mais dolorosa, absurda, remota, e completamente perdida...

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